sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mister Dominique dá entrevista ao jornal OJogo

Aqui está a entrvista de Dominique ao Jornal OJogo

Há 6 meses ganhava € 250

FILIPE PEDRAS

Muito provavelmente, nem Djaniny ainda caiu bem em si - há meio ano, o cabo-verdiano era estrela na ilha açoriana de São Jorge, mas sobrevivia com praticamente metade de um ordenado mínimo. "E ainda conseguia juntar dinheiro para mandar para a família", garante a O JOGO Luís Gambão, o vice-presidente do Velense (seu primeiro clube português), mais conhecido por Dominique. E se no Leiria os vencimentos já melhoraram exponencialmente, na Luz os valores serão por certo astronómicos... aos olhos do cabo-verdiano.
Garantido pelas águias já a pensar na época 2012/13, Djaniny verá certamente a conta bancária com mais alguns dígitos. "Há dois anos, eu era treinador-adjunto, mas no ano passado todo o departamento de futebol era comigo. Só não lavava a roupa, porque arranjei um indivíduo para isso! Ver um rapaz, que ainda há seis meses andava de bicicleta por São Jorge, chegar ao Benfica até faz alguma confusão. Juntava-se daqui e dali, mas por mês ele ficava com uns 250 ou 300 euros. Comia na escola [tirava um curso de energias renováveis], dormia no clube e assim se ia orientando", diz Gambão.
Dominique não hesita em sublinhar que Luís Filipe Vieira e seus pares acertaram na "mouche". "Ele tem um potencial fora do normal. Quando estava aqui, basicamente era bola para a frente e fé no Djaniny! E ele resolvia. Mas claro que é um jogador que não tem formação, tem muito para polir. A questão é que está ali uma excelente matéria-prima. É um miúdo humilde, com uma qualidade fora do normal. Um diamante em bruto! Logo no primeiro treino deu para ver que ali estava coisa rara", recorda Dominique, frisando que, "ainda por cima, o Djaniny é do Benfica".
O ex-patrão e amigo do reforço benfiquista vinca que Djaniny "tem tudo para ir longe": "É muito bom no um-para-um e facilmente deixa qualquer um de boca aberta." Dominique aproveita mesmo para contar um episódio antigo. "Consegui levá-lo ao Santa Clara. Andou lá um mês e o treinador não viu nada nele. Até perguntei mais tarde se tinham um treinador ou um fisioterapeuta! É que o Leiria agarrou-o logo", remata.

Velense para sempre vivo


Djaniny até pode vir a ser uma estrela do futebol mundial, que nunca esquecerá de onde saiu e todos aqueles que lhe deram a mão em determinada fase da sua carreira. Com isso mesmo estava preocupado o vice-presidente do Velense, Luís Gambão, que também treinou o jogador em duas épocas pelo emblema de São Jorge, nos Açores. Dominique, como é mais conhecido por todos na pequena localidade - são cerca de mil habitantes - garante que o avançado já deixou claro que não será ingrato. "Ainda ontem [quarta-feira] falei com ele e disse-lhe: 'Agora, já nunca mais nos vais ligar'. Mas ele disse logo que não! Nunca se ia esquecer de nós!", confessa.

Pedro Caixinha começou a época e deu o seu aval à contratação, Vítor Pontes ainda orientou a equipa em duas partidas e agora é Manuel Cajuda ao leme da equipa. Três treinadores, o mesmo destino para Djaniny, que tem sido sempre titular. "Ele é mesmo um tratado. Não tenham dúvidas! Aliás, basta ver que só no Leiria já vai no terceiro treinador e é sempre titular. Ora, para um jogador ser visto por três treinadores na mesma equipa e jogar sempre, tem de ter qualidade. É um diamante em bruto!", sublinha Luís Gambão.

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