terça-feira, 22 de março de 2011

Noticia Diário Insular - Subir à Série Açores é o sonho do GDV

Subir à Serie Açores é o sonho do GDV 
Promete grande animação o Torneio de Apuramento do Campeão da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo (AFAH), que arranca em abril. A primeira jornada está marcada para o dia três, medindo forças Desportivo Velense e Marítimos de S. Mateus, jogo a realizar em S. Jorge. Folga o Sporting de Guadalupe.Os três campeões de ilha dominaram de forma clara ao longo dos respetivos campeonatos, tendo conseguido festejar o título muito antes de as competições atingirem o final.
O Marítimos de S. Mateus da Calheta garantiu a conquista do cetro de ilha na deslocação ao Porto Judeu, em jogo inserido no cartaz da 17.ª jornada do campeonato. A vitória por 3-0 ante o Barreiro deixou o Juventude Lajense, segundo classificado, a sete pontos de distância, quando faltavam apenas três rondas para o final da competição.
Em S. Jorge, o campeonato concluiu-se ontem, mas o Grupo Desportivo Velense é campeão desde a 9.ª jornada, após vitória pela margem mínima sobre o Marítimo Velense. Em 11 jogos disputados, o Velense apenas perdeu por uma ocasião (na ronda inaugural, no reduto do FC Calheta, por uma bola a zero), somando, depois, 10 vitórias consecutivas. A uma jornada do fim, regista 27 golos marcados e apenas seis sofridos.
Larga superioridade, também, para o Sporting Clube de Guadalupe. A última jornada do Campeonato da Ilha Graciosa, a 18.ª, disputou-se ontem e o campeão Guadalupe lidera com 42 pontos, mais 9 do que o Marítimo da Graciosa, numa contabilidade que ainda não inclui a derradeira ronda. Até ao momento, os pupilos de João Picanço sucumbiram apenas por uma vez, permitiram três empates e conquistaram 13 vitórias, num registo de 40-17 em golos.
SonhoO Desportivo Velense assumiu largo domínio ao longo do campeonato de ilha em S. Jorge e o título de campeão surgiu com naturalidade a três jornadas do final da prova, após vitória por 1-0 sobre o Marítimo Velense. Subir à Série Açores não é um objetivo assumido, mas os responsáveis pela coletividade mostram ambição.
João Esteves, treinador do Desportivo Velense, assume que a subida de divisão não é uma meta, apenas um sonho. Há 10 anos no clube, três como jogador, três como adjunto e quatro no papel de técnico principal, afirma que o sucesso no campeonato deveu-se, em larga escala, ao facto de a base do grupo de trabalho se ter mantido desde a época passada.
De resto, a revalidação do título de ilha foi encarada como o principal objetivo. "Com a aposta forte em reforços por parte dos nossos adversários, este objetivo tornou-se ainda mais desejado. Como a base da equipa se manteve desde a época passada, foi possível a consolidação de algumas rotinas, sem esquecer o espírito de grupo nos momentos difíceis e a dedicação do clube aos jogadores", reforça o técnico.
Sobre o Torneio de Apuramento do Campeão da AFAH, João Esteves garante um grupo motivado, mas prefere incutir maior importância aos critérios de evolução do jogador jorgense. "As expectativas passam por tentar fazer o melhor possível. Sabemos que o Guadalupe reforçou fortemente a sua equipa e que o Marítimos ganhou um campeonato sempre muito competitivo com vários pontos de avanço. Sendo assim, não queremos assumir o protagonismo, mas prometemos que vamos fazer o nosso melhor", frisa.
João Esteves reforça a ideia de evolução: "a nossa equipa está num processo de evolução a médio/longo prazo. Um dos nossos objetivos é construir um grupo com atletas que vivam em S. Jorge e que nos possam garantir alguma estabilidade ao longo de alguns anos. Esta escolha tem sido criteriosa, tanto no aspeto humano, como no desportivo. Quando sentirmos que o grupo de atletas nos dá garantias, assumiremos como intuito principal a subida e manutenção na Série Açores".
Aliás, o treinador campeão pelo Desportivo Velense reconhece que o clube, atualmente, ainda não reúne as condições ideais para poder enfrentar com a tranquilidade desejada uma 3.ª Divisão. "Penso que, também no aspeto estrutural, o clube ainda não reúne condições para estabilizar na Série Açores. É certo que este elenco diretivo muito tem vindo a fazer para colmatar os problemas do clube, mas as dificuldades são enormes", acrescenta.
Sobre o futebol em S. Jorge, diz que o quadro competitivo nos seniores está bem estruturado, embora aponte como condicionante a falta de estabilidade ao nível da arbitragem. "É preciso uma revolução de mentalidades a esse nível em S. Jorge. É preciso dar tranquilidade aos bons árbitros para eles retribuírem com trabalho de qualidade", opina.
"Outra dificuldade tem a ver com a mentalidade do jogador de S. Jorge. Uma grande maioria dos seus jogadores não sente um compromisso efetivo e consistente para com o desporto/competição, algo que pode ser justificado pelos quadros competitivos do futebol juvenil, que estão totalmente desajustados à progressão natural do jovem futebolista. Os atletas só têm dois escalões (juniores B/C e juniores D/escolas). Os juniores A passam diretamente para os seniores. Desta forma, a competitividade perde-se. Logo, a motivação também", consubstancia.
Conclui considerando como natural o domínio da Terceira. E deixa o conselho: "é importante que as pessoas de S. Jorge e Graciosa mantenham uma atitude positiva e trabalhem para atenuar diferenças. Parece-me que esse trabalho está progressivamente a ser desenvolvido, mas continuo a pensar que o poder institucional, a todos os níveis, inclusive o desportivo, continua a centrar-se muito nas ilhas maiores".
Fonte: Diário Insular

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